Se o Lúcio que tá lá, não agüenta ver, imagina nós???
Falando sério? Foi um festival de incompetência dos dois times...
O Brasil de Dunga é um time tão criativo quanto foi o bravo capitão do tetra. E eu nunca tinha visto um time argentino com tanto medo de ganhar do Brasil. Este é o retrato do jogo: um festival de incompetência dos dois lados. Covardia da Argentina versus a falta de brilho do time brasileiro...
O Vanderlei Luxemburgo costuma dizer que o medo de perder tira a coragem de ganhar. Eis o que aconteceu com os dois times, um jogo que empatou porque nenhum dos dois times teve realmente vontade de ganhar.
O técnico da seleção responde: “É preciso ver que do outro lado estava a Argentina”. Que Argentina?
Houve um tempo que a gente morria de medo de jogar com a Argentina. Bastava piscar o olho e... Pimba! Eles metiam um gol... E a gente não conseguia fazer nada... Era ridículo... Lembro daquela bisonha tentativa de voleio do Müller na Copa de 90... A Argentina não jogava nada, mas em um minuto, num vacilo, numa piscadela... Perdíamos...
Os tempos mudaram para os dois times...
Especialmente para a Argentina, que parece não ter forças para nos ganhar. Parece conformada com uma espécie de “escrita”. “Não, não vamos ganhar do Brasil, porque infelizmente não conseguimos...”. Não acreditam? Perdoem-me meus amigos argentinos, mas falaria de três lances neste jogo que a Argentina poderia ter provocado a (tão esperada) demissão do Dunga.
Querem ver?
Messi entra pela esquerda, nas costas de Lúcio, ganha na velocidade e está sozinho diante de Júlio César... Chuta... A bola sai pela lateral!!!
Julio Cruz recebe, aparentemente em impedimento... Sozinho, na cara do Júlio César. Hum! (Fecho olho) Agora f...! O bandeira vai dar (tem que dar!!!)... Não? Ai! Chuta por cima!!! Caraca!!! E não estava impedido? Não! Maicon dava condição lá pela direita.
Finalzinho do jogo, acho que lá pelos 43 minutos... Messi vem com bola pela esquerda, de novo... Hum, isso vai dar merda... Ele bate... Júlio César faz grande defesa, mas dá rebote... Cadê a zaga que não chega? Messi pega de novo e chuta por cima... Fim do jogo.
Começo a acreditar que os argentinos fizeram de sacanagem... Não quiseram ganhar o jogo para não provocar a saída do Dunga que é melhor para eles...
Os otimistas dirão ainda: “a Argentina não nos vence há três anos”. “Nos últimos sete confrontos ganhamos quatro e empatamos dois”. “A Argentina é uma seleção fortíssima”... Sim, não nego que respeito muito a seleção argentina. Sou da geração que ficou 24 anos sem ganhar uma Copa do Mundo, enquanto a Argentina ganhou as suas duas nas quatro que assisti pela TV (1978, 1982, a mais sofrida, 1986 e 1990) até 1994, e a de 1974 não lembro com tanta precisão de detalhes.
Mas na boa?
Esse time não deu nem para assustar... Cadê o Riquelme??? Acho que ele não se recuperou do sacode que tomou no Maracanã... O Messi??? O craque deles, a esperança, o “novo Maradona”, perdeu um gol bisonhamente... Onde está a Argentina do abusado Caniggia, do gigante Batistuta, do raçudo Kempes, do catimbeiro Simeone, do elegante Redondo, do imbatível Fillol, do genial Maradona???
Até o “bonde” do Jorge Valdano era melhor do que o Julio Cruz...
Meus amigos argentinos devem estar revoltados, pois eu falo de um festival de incompetência mútua, e até agora só descasquei o time argentino... Claro! Sou brasileiro!
Sim, sou brasileiro mas não sou cego... Vi o jogo, e vou falar da minha tristeza com a seleção...
Primeiro, porque aqui no Haiti todo mundo me diz assim: “Mwen fanatik Brésil”. Mas também desde aquele jogo contra a Venezuela, me perguntam: “Sa k pase avek Brésil?”. Para esta pergunta (“O que está acontecendo com o Brasil?”), eu tenho a resposta pronta: “Mesye Dunga pa klèr, li pa serie!” (“O Sr. Dunga não é muito ‘claro’, ele não é sério”). Alguns riem e dizem que ele ganhou a Copa América... E em cima da Argentina! Eu digo que é verdade... Mas... Maicon? Daniel Alves? Sei não...
Acho até bom que ele não desfalque o Flamengo e nem quero “puxar a brasa para a sardinha do meu time”, mas francamente, esses dois não jogam juntos a metade do que joga o Léo Moura. Caramba! Basta jogar na Europa para ser craque de seleção?
Ah, tá bom...
Tem mais? Tem de sobra...
Tudo bem que a gente tem que respeitar a Argentina, sim é verdade... Mas escalar QUATRO CABEÇAS DE ÁREA??? Isso parece coisa do Papai Joel...
Alguns ainda dirão, “ah, mas dá um desconto, o Júlio Baptista não é volante e o Anderson muito menos, pode até estar jogando como tal, mas sua posição de origem é de meia armador”. É... Pode ser... Mas respondendo a estes, direi: Sim, de fato, o Anderson não é um volante de origem, mas a origem do Júlio Baptista é jogar como volante, no final, dá tudo no mesmo: um não era volante e virou, o outro era volante e virou meia... No final, o que importa é que os dois jogaram como volantes... Não?
Querem ver?
Por volta dos 20 minutos do primeiro tempo, o Brasil ainda não havia dado sequer um chute em gol e a Argentina já tinha criado uma boa oportunidade numa cabeçada de Julio Cruz facilmente defendida por Júlio César. Olhando para o posicionamento do meio campo do Brasil, este formava uma linha de quatro jogadores atrás do grande círculo, com o Adriano isolado na frente, e o Robinho desaparecido por alguma lateral do campo, voltando para ajudar a defesa...
O meio campo do Brasil só acertava passes laterais, e os zagueiros faziam aqueles “lançamentos” (a famosa “ligação direta”) que caíam nos pés dos zagueiros argentinos. Para piorar, de onde se esperava algum lampejo de talento e algo mais que passes laterais, vinham passes afoitos, errados, muitas faltas e um cartão. Anderson, que supostamente entrou para “dar qualidade ao passe do meio campo”, não acertava lhufas... Júlio Baptista, o outro armador, fazia “o de sempre”, muito vigor, muita vontade, saúde, mas sem brilho...
Mas aos 22 minutos, um alento: Robinho... Ah, Robinho... Sumido, ele resolveu aparecer, dar o ar de sua graça. Numa bela entrada pela direita, dá uma meia lua no zagueiro, e bate em cima de Abondanzieri, a bola espirra e sobra para Júlio Baptista, agora vai! Ele bate em cima de Abondanzieri, de novo!!!
Agora vai... Vai para p...!!!
Numa dessas “ligações diretas” (daí o fato de muita gente achar que isso é uma “jogada ensaiada”, esse chutão dos zagueiros para o atacante brigar com a zaga) alguém “lançou” (desculpe, Gérson Canhotinha!) para o Adriano, impedido, mas este inteligentemente parou, pois o Robinho, vindo de trás, entrava em condições de jogo... O “Rei das Pedaladas” entra livre pela esquerda, dribla o goleiro, caminha para linha de fundo, Abondanzieri tenta detê-lo, não consegue, e quando consegue, agarra sua camisa (pelo que lembro, pênalti não tem “lei da vantagem”), mas Robinho não consegue chutar e nem cruzar... Ai, ai, ai!!! O locutor da TV haitiana diz: “Eternel!!!”.
E só... Isso foi a seleção no primeiro tempo...
Ah, ia esquecendo... Aos 33 minutos, o Anderson se machucou... Ai, cacete!!! Já vi tudo... O Dunga vai ter que tirar um volante e, tão óbvio quanto o futebol que ele jogava, vai colocar outro... Ai... Mas ele me surpreende... Coloca o Diego... Agora tem um lampejo de talento nesse meio de campo... Porém, Diego está numa noite infeliz... Como Anderson, apesar do talento, não consegue acertar nada...
Mas o Dunga como sempre, capaz de surpreender positivamente, como fez com aquele famoso “lançamento” para o Romário no jogo contra Camarões em 1994 (ninguém me tira da cabeça que aquilo foi uma tremenda cagada!), também nos surpreende negativamente...
Ok, o Diego não está bem... Não se achou em campo... Se você fosse o técnico, Zé Renato, o que faria... Eu???
Ah, tá bom... Vamos fazer o seguinte, dá para ganhar esse jogo, né? Dá!
Vamos fazer o seguinte, eu vou dizer para o Júlio recuar, e só “sair na boa”, vou botar o Robinho de quarto homem do meio de campo, e meter o Pato na frente... É bola ou búlica!!! Tudo bem, no Brasil todos somos técnicos e todos temos uma solução mágica para ganhar o jogo...
Mas essa solução não é nada mágica. Ele mesmo tentou e fracassou contra a Venezuela. Perdia o jogo e arriscou tudo... E o Júlio é volante de origem, o Robinho joga às vezes nessa função no Real... Pô, dá para ser...
Tá bom... Mas tirar o Diego e colocar o Daniel Alves???? O que ele quis fazer com isso???
Não! Assim é demais... Os haitianos que viam o jogo comigo, riam do meu desespero...
Mas não dá...
Enfim, não quero ser óbvio e nem reforçar o coro daquilo que todo mundo deve estar repetindo aí no Brasil: porém, FORA DUNGA!!!
Um comentário:
Fala aí, meu irmão.
O Dunga, atual ídolo “argentino”, é um grande incentivador. A falta de energia demonstrada por Parreira na última Copa, fez a CBF achar que o que faltava no time era entusiasmo. Com isso, era só deixar que a genialidade individual de alguns jogadores resolvesse o problema. E foi o que aconteceu até agora. O time, na maioria das vezes vinha jogando um futebol burocrático, sem aquela velocidade e eficiência que todos querem ver. Aí, de repente, Ronaldinho faz um passe mágico para Kaká que dispara em direção a área e toca para Robinho que coloca no gol. Pronto. O Dunga virou estrategista. Porém, sem a disponibilidade de gênios como Ronaldinho e Kaká, e com craques como Robinho e Diego em má fase ou com um time desorganizado, sem qualidade entre a ligação da zaga com o ataque, o “técnico” não consegue encontrar resposta. O Dunga não sabe montar um esquema tático sem os grandes craques, e ainda tem coragem de fazer comentários como “O Brasil ganhou a Copa de 62 sem o Pelé”.
Onde já se viu alguém estrear como técnico no melhor time do mundo? Só aqui isso. Parece o flamengo qdo contratou o Apolinho para técnico. O cara pode entender de futebol, mas ser técnico é outra história, ainda mais se for da seleção cinco vezes campeã do mundo. É preciso muito, muito mais que isso.
Mais triste é assistir a alguns jogos da Eurocopa, como o que a França tomou um caixote da Holanda. Um jogão!! Ai, que saudade do futebol...
Sim, meu irmão, vc está reforçando o coro aqui do Brasil: FORA DUNGA!!
PS. O Léo Moura só vai ser convocado qdo sair do Brasil ou, no mínimo for para São Paulo. Aliás, quero mais é que o Léo Moura morra. Perde-se pouco para o futebol.
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