segunda-feira, 24 de março de 2008

Traduzindo...

Uma amiga reclamou que eu não colocava a tradução de alguns diálogos em créole no blog.
Talvez ela tenha razão, pois vou contando as coisas como numa conversa, porém confiando que as pessoas estão entendendo o sentido das coisas, muito mais que sua tradução literal.
No antigo blog postei algumas frases em créole para mostrar as diferenças entre esta língua e o francês. Mas para ajudar essa amiga, vou traduzir algumas coisas que podem ter ficado obscuras na postagem anterior.

O espaço dos comentários ao blog também serve para esclarecer estas dúvidas...

Mas aí vai:

"Mwen blanc, pa fou" quer dizer "Madame, eu sou gringo, não maluco". Disse isso porque não poderia pagar o preço que ela me pedia pelos ovos. "Fè pri nan mache an" quer dizer, literalmente, "fazer o preço no mercado", que quer dizer negociar os preços das coisas à venda. "Ban mwen bon pri" quer dizer "faça (ou dê) para mim um bom preço". "Blanc" é estrangeiro e "blanc nwa", estrangeiro negro. "Fè pratik" quer dizer, "fazer pratik", ou seja, se tornar cliente.

"Ban mwen monnaie" significa "Me dá o meu troco". "Voler" ou "vagabond", ladrão, safado, etc...

A "poulè peyi", como disse, corresponde à nossa galinha caipira.

"Li blanc, pa fou" quer dizer "ele é gringo, não maluco"... "Twá dolá" vem de "trois dollars", referidos é claro, aos dólares haitianos, que cada "dolá ayisien" equivale a cinco gourdes (gouds). "Bon maché" quer dizer boas compras ou bom preço. "Non messi" é "Non, merci", ou seja não obrigado e "pas ankò", "pas encore", que quer dizer "não ainda" ou melhor dizer, "não neste momento".

"Chadèk" é a grapefruit e "ogniôn", cebola...

Acho que é isso...


Abraços

6 comentários:

Unknown disse...

Agora sim!!! Com a tradução fica tão óbvio que até me sinto burrinha!!! No entanto, penso, burra não, francesa cartesiana, incapaz de desconstruir a língua...
beijos
Bel

Unknown disse...

Alo, Blanc...
ótimo você traduzir tudo: assim a gente até acha que já sabe francês e que, então, vai aprender o creole!
beijos, mano.
mana.

Pedro Migão disse...

Agora são dez leitores... risos

forte abraço,
Pedro Migão

Anônimo disse...

Fala Zé Renato,

Ao ver suas belas fotos de Jacmel, encontrei ao acaso esse blog. Que boa idéia para o campo, ao invés de cadernos, porque não um blog?

Na verdade, escrevo aqui para desejar boa sorte e boas venturas para o grupo todo junto aí na pesquisa. Fico feliz de ter conhecido pessoas que vão estar juntos numa empreitada única, sinceramente feliz por vocês.

Sucesso para o Felipe com os militares, para o Pedrinho (essa figuraça de quem eu gosto, mas com quem tenho infelizmente uma relação ambígua e provocadora) com os mercados - aliás que belas fotos das imagens, e para a linda Flávia com os vodus - sangue frio, mulher! Vi um documentário e a parada parece ser barra pesada! Rs. Enfim, a idéia de trabalhar em grupo me parece muito legal.

Deixo uma vibração positiva cá no diário porque me pareceu mais reservado, e porque imagino que o Zé possa dar um toque da torcida dos colegas aqui do Rio.

Um abração saudoso, Leo.

Anônimo disse...

Oi, Zé Renato
Morri de rir de suas explicações do créole... estou estudando francês na Aliança, é o único contato que tenho feito com a "francofonia", no máximo esbarra no canadense...
Adorei seu blogger, vou voltar pra ler tudinho.
Grande beijo.

Jacqueline disse...

Oi, Zé Renato!
Fico feliz em saber notícias do Haiti, de Jacmel. Meu pai nasceu em Jacmel. De Jacmel foi para Venezuela, da Venezuela para Piracicaba. Lá, fez USP, Agronomia, foi professor universitário. Casou com uma piracicabana ruivinha e tiveram cinco filhos. Tenho parentes no Haiti. Até hoje não conheço minha raiz, por isso me delicio com seu blog.

Abraços
Jacqueline