Toda mudança implica numa readaptação ao novo espaço.
Com um blog não é diferente. Acostumado ao blog do UOL, com o formato e os recursos, ainda não encontrei o ponto aqui. Por isso na postagem sobre o Aeroporto Toussaint Louverture a coisa ainda ficou meio estranha, principalmente por causa das fotos.
Mas tudo bem... Daqui a pouco eu me adapto bem por aqui e tudo caminhará numa boa.
A propósito, falei muito do nome de Toussaint Louverture (ou Loverture, ou ainda, L'Ouverture - já encontrei as três grafias), mas não cheguei a dizer quem foi ele.
Isso nos remonta à história da Independência da Ilha de Saint Domingue, chamada pelos nativos de Quisqueya ou Ayïti. A bela história da independência deste país, realizada por uma revolução feita pelas massas escravas, os bossales. Toussaint foi um dos grandes líderes desta revolução, um hábil general que conseguiu com uma estratégia baseada em combates de curta duração e guerrilhas derrotar o poderoso exército de Napoleão Bonaparte, liderado por seu cunhado Leclerc, marido de Pauline Bonaparte. A história da revolução haitiana pode ser encontrada no livro de C.L.R. James, Os Jacobinos Negros: Toussaint L'Ouverture e a Revolução de São Domingos, editado pela Boitempo Editorial. O livro pode ser encontrado na excelente livraria Folha Seca, dos meus amigos Daniela e Rodrigo (Rua do Ouvidor, 37 - tel 2507-7175).
Citando o prefácio à primeira edição do livro:
"Essa foi a única revolta de escravos bem sucedida da História, e as dificuldades que tiveram de superar colocam em evidência a magnitude dos interesses envolvidos. A transformação dos escravos, que, mesmo às centenas, tremiam diante de um único homem branco, em um povo capaz de se organizar e derrotar as mais poderosas nações européias daqueles tempos é um dos grandes épicos da luta revolucionária e uma verdadeira façanha. Por que, e como, isso aconteceu é o tema desse livro.
Devido a um fenômeno observado com freqüência, a liderança individual responsável por essa proeza singular foi quase que totalmente trabalho de um único homem: Toussaint L'Ouverture. Beauchamp, na Biographie Universelle, chama Toussaint L'Ouverture de um dos mais notáveis homens de uma época repleta de homens notáveis. Ele dominou desde a sua entrada em cena até as circunstâncias retirarem-no dela. A história da revolução de São Domingos será, portanto, em grande medida, um registro das suas façanhas e da sua personalidade política. O autor acredita, e está convicto que a narrativa comprovará, que, entre 1789 e 1815, a exceção do próprio Bonaparte, nenhuma figura isoladamente foi, no cenário História, tão bem sucedida quanto esse negro, que havia sido escravo até os 45 anos de idade. Contudo, não foi Toussaint que fez a revolução, foi a revolução que fez Toussaint, e mesmo isso não é toda a verdade". (C.L.R. James)
Bem, acho que isso resume um pouco da importância do papel de Toussaint, e nos fornece alguma idéia de quem foi ele.
Então é isso...
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